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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Garoto desaparecido em Poá é encontrado morto

Delcimar Ferreira (DAT)
De Poá

    Lucimara mostra o retrato do filho Nicolas   
   O jornal Gazeta de Notícias, assim como outros veículos de comunicação da região, recebeu no dia 6 de Junho um pedido desesperado para auxiliar na localização de um jovem de 7 anos desaparecido. O desaparecimento do estudante Nicolas Ribeiro Vieira comoveu milhares de pessoas no Alto Tietê. Nas principais redes sociais da Internet e nos blogs da região foi um dos assuntos mais comentados neste período. Infelizmente, no último dia 19, a notícia de que o corpo da criança moradora do Jardim São José, bairro periférico de Poá, foi encontrado estrangulado e asfixiado dentro de uma caixa de papelão em um matagal a menos de 500 metros da casa onde morava, chocou não somente os vizinhos, mas toda a sociedade. Abalada, a mãe Lucimara Ribeiro Vieira, de 29 anos, desabafa: "não pretendo mais morar aqui". Desempregada há dois meses, ela vive com uma renda de apenas R$ 500 do lavador de autos Alex Sandro Fonseca, 28, seu companheiro há cinco anos, e a filha mais nova, Geovanna de 4 anos, mora em um casebre no alto do morro da rua Floreal, com pelo menos mais 18 pessoas entre irmãos e sobrinhos.

  O garoto desapareceu no dia 5 de junho. Estava frio, era um domingo assim com sol, mas ventando muito gelado. Lucimara, a mãe disse a ele, que estava brincando na rua: "Nicolas, está frio, vem pegar a blusinha. Para de tacar pau nas bananeiras, que seu avô vai achar ruim, entra, vai tomar banho e se agasalhar". Ele foi para dentro da casa dos avós para tomar banho e como não foi visto mais a mãe acreditou que ainda estava na casa. Ao descobrirem que não estava em casa começaram a procurar por ele na vizinhança e pelas ruas. Não encontrando o garoto telefonaram para a polícia por volta da meia-noite e fizeram a denúncia do desaparecimento. Mas a polícia disse que tinham que aguardar mais 9 horas, pois ainda não tinha dado 24 horas que ele havia desaparecido como manda a lei.

  Por fim a polícia descobriu o corpo num matagal próximo à casa onde morava, lugar que a família passava em frente todos os dias. O assassino, Juvenildo Silva Soares, que tem passagens por roubo e estupro, vivia de favor na casa de um vizinho.

Ajudante confessa ter raptado e assassinado o garoto
Diário de Suzano

   A Polícia Civil de Poá prendeu o ajudante Juvenildo Silva Soares, de 30 anos, após ele confessar ter raptado e matado o jovem Nicolas Alexandre Ribeiro Vieira, de 7 anos. O garoto estava desaparecido desde o dia 5 de junho. O corpo da criança foi encontrado no dia 19 de Junho dentro de uma caixa de papelão em um terreno, na Avenida José Luís dos Santos, no Jardim São José. O local fica a menos de um quilômetro da casa onde a vítima morava. O acusado estava em prisão semi-aberta, porém era procurado por descumprimento das regras da condicional. Ele teria cumprido mais de nove anos de detenção por roubo, furto e atentado violento ao pudor.

   De acordo com o delegado assistente de Poá, Jean Casso, na tarde do dia 5 de junho, o acusado teria seduzido o garoto com a promessa de que lhe daria um brinquedo e utilizou desse artifício para raptá-lo. “Ele ofereceu uma pipa à criança. O menino, acreditando que iria ganhar a pipa, foi a casa dele e foi mantido em cárcere privado”, conta.
A polícia chegou até o acusado após rastrear um código fiscal da caixa em que o corpo da criança foi encontrado. “A caixa tinha uma denominação e mandamos uma equipe de investigadores para ver a origem. Graças a essa caixa conseguimos chegar até ele”, afirma.

   Segundo o delegado, o acusado não sabe precisar quando a criança foi assassinada. “Ele não tem muita noção de tempo, disse que usou três invólucros de cocaína e matou a criança em seguida”, conta. “Após o evento ele disse que se arrependeu e tomou veneno para rato, tentando o suicídio”, acrescenta. Os motivos para o crime também não foram totalmente esclarecidos no depoimento. O delegado destaca que o acusado ora diz que não sabe o que o levou a cometer o crime, ora dá outra versão. “Uma hora ele diz que não sabe o por quê. Depois ele diz que matou com receio da família da criança imaginar o que ele estaria fazendo com o menino lá”, disse.

   Levado ao local do crime, cerca de 400 pessoas se aglomeraram e protestaram. O grupo ameaçava linchar o acusado. Foram necessárias sete viaturas e mais de 20 PMs para conter os moradores, alguns deles com pedaços de pau e barras de ferro. Após a coleta de provas, os policiais foram obrigados a controlar a fúria dos moradores. O vidro da viatura em que o acusado era transportado foi quebrado com uma pedra e viaturas da PM apedrejadas. Os policiais foram obrigados a utilizar gás de pimenta para evitar o confronto. Soares foi conduzido à Delegacia de Polícia de Poá, porém não foi confirmado para onde ele seria encaminhado, uma vez que é condenado.

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